Um escarro, um beijo, um arroto.
Catarro, cheiro de peido, peixe morto.
Casca de ferida, sangue, um corte na língua.
Uma mosca sem vida, pus e uma íngua.
Meu sangue foi batido no liquidificador:
cago angústia, espirro melancolia, escarro dor,
Meus sentimentos são minhas excreções:
transpiro amores, durmo agonias, suo paixões.
Purulento, desce melífluo meu catarro.
Sua queda insiste em não cair.
Tem um tom amarelento meu escarro.
Sentimentos que cheiram à morte não me mentem.
Amo meus dejetos. Vivo pra expeli-los.
Minhas excreções são o que mais me pertencem.
20.jul.2009
Neto Muniz
Cruz - CE
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