domingo, 8 de junho de 2014

Resposta da peleja

Replico pequeno insulto
Que mais parece um algueiro
Repilo pequeno vulto
Que nem saiu dos cueiro
Deu de me desafiar 
Com pergunta de menino
Esse frangote franzino
Não sustenta caçuá
Começa aqui a peleja
Que o Senhor te proteja
Do vício de gaguejar

Pelos meus conhecimentos
Pelo que tenho escutado
Ester não teve rebentos
Pra seguir o seu reinado
Barrabás desaparece
No meio da confusão
Rei dos reis foi Salomão
O maior que se conhece
Depois de ser enterrado
Lázaro foi ressuscitado
Debaixo de muita prece

Inquisidores hereges
Senhores da malvadeza
Um câncer que permanece
Nas paredes da igreja
Até João Paulo II
Confessou envergonhado
Falemos noutro reinado
Do outro lado do mundo
Aqui D. Pedro I
Abdicou ao herdeiro
Seu filho Pedro II

Os “macacos” da volante
Que mataram Lampião
Caçada aos protestantes
Catarismo no sertão
Movimentos esmagados
Sem pena nem piedade
A gestapo da maldade
Da ira do cão malvado
Adolf Hitler tirano
Pegava 500 anos
Não tivesse se matado

Na casa dos namorados
A paz me disse que mora
A bola tem dois lados
Um de dentro e um de fora
Quem inventou a verdade
Não tinha tanta certeza
Tem o nome de Alteza
O filho da Majestade
O invento de Grahm Bell
Reside na Embratel
E outras localidades

Marionete de fato
É quem não tem compromisso
Só se põe a candidato
Quem não gosta de serviço
O poder da sedução
Que mata e aprisiona
Deixa o caboco na lona
Parece constipação
A virtude que ela tem
Eu não conto pra ninguém
Ta dentro do coração

Este homem que semeia
Semente no nosso chão
Que fornece nossa ceia
Com toda dedicação
Me lembrou uma pessoa
De nome Zeca Muniz
Que só estava feliz
Quando dava chuva boa
Merece todo respeito
Agricultor tem direito
De receber a coroa

Espero ter respondido
Satisfeito sua meta
Podia ter resolvido
Mas pedi pra minha neta
Com esta breve resposta
A peleja se completa
Quando for me perguntar
Pergunte pra me calar
Já que você é poeta

Sua rima é muito rica
Me deixou encabulado
Zeca Muniz lá de cima
Ta te mandando recado
Quero fazer a peleja
Com verso simplificado
Quando for me perguntar
Me bote pra gaguejar
Não seja tão acanhado

Quero que você me diga
“Cinco vez incarriado”
Desculpe meu mano veio
Não dormi apavorado
Eu tava era “prosiano”
Já estou todo borrado
Quero que você me diga
Se cabeça de lombriga
É vista de qualquer lado

Imagino uma peleja
Onde eu possa perguntar
Por que a noite se manda
Na hora do clarear
Me diga se no papoco
Inda tem o papocar
Quero que você me diga
Se mordida de formiga
Respeita tamanduá

Me diga com quantas brigas
Se faz uma confusão
Quem fez o dado quadrado
E sua numeração
O primeiro empregado
A primeira oração
Veja aí no almanaque
Quem botou o tic-tac
Pra bater no coração

Me diga que água é essa
Que escorre da serpentina
O que estava escrito
No diário da menina
Se eu usava topete
No tempo da brilhantina
Quando for me responder
Não esqueça de dizer
“O cheiroso das meninas”

Eu vivo de fazer verso
Principalmente rimado
Confesso ter me sentido
Bastante lisonjeado
Ao receber o convite
Do meu irmão adorado
E quando me responder
Não esqueça de dizer
Do meu retrato guardado!

Orestes Albuquerque
Cruz - CE

Um comentário:

Orestes disse...

Obrigado Academia, por divulgar nossa peleja!