segunda-feira, 3 de novembro de 2014

GUERRA MINHA

O poeta prova do fruto proibido,
O falso doce. Agora é anjo caído.
Do paraíso, despencou em devaneios
D’onde surgem os melhores anseios.

Saído do colo amado à infinita terra
O trôpego caminhar segue em guerra,
Entorpecido pelos novos sabores:
Imagens voláteis de verdadeiros amores.

Como soldado cruel, finca sua espada
No coração belo e frágil da amada.
Mas, batalhas forjam blindadas armaduras
À prova de manchas, feridas ou ranhuras.

O gélido exército solitário avança
Aonde nenhum sentimento alcança.
Inimigo é reflexo nos rios que passam
Diante dos olhos dos que os choram.

Na luta contra o espelho, sem canto de glória
Um embate eterno (até quando?), sem vitória.
Pedido de paz. Bandeira branca se ergueu.
Uma trégua – socorram! – o amor morreu!

Neil Silveira

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