De pé, em cima da própria sombra,
Sem esperança de coisa alguma,
Sem se lembrar de ninguém,
Estão os excluídos da perfeição,
Parados na rejeição da utilidade.
Descalços de ocupações,
Às voltas com a incerteza,
Não mais esperam no amanhã.
O poema achou de se comover
Com estes habitantes do nada,
Mendigos do ritmo da existência.
A melodia que deles embala a vida
É a intempérie do silêncio
Enciumada com o abandono da alma.
A sombra vai minguando,
Os caminhos não levam à boa nova.
Jonas Pessoa
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