sexta-feira, 6 de março de 2015

100 ANOS DO QUINZE

A grande seca do quinze
Parece que se repete
O tempo que não promete
Não parece coisa boa
Não tem água na lagoa
Nem pra banhar um cabrito
O açude tão bonito
Água azul da cor do mar
Hoje tem em seu lugar
A lama seca do sol
Um campo de futebol
A caiamanga no seco
O peixe pegou o beco
Pescador não tem emprego
A água só tem um rego
De passarinho beber
Como é triste a gente ver
A Lagoa da Pinguela
Uma lagoa tão bela
Parece um grande salgado
Se olha pra qualquer lado
Só vê a cara do sol
A semente no paiol
A enxada na parede
Coqueiro morto de sede
O cajueiro também
E essa chuva que não vem
Pra molhar o meu chapéu
Temperatura cruel
Maldiz o ventilador
A água que nos restou
Não tarda ser estancada
Já é grande a estiada
Já é pouca a minha fé
Empurrar pra São José
Três anos de sequidão
Estica minha oração
Minha fé tão abalada
São José meu camarada
Faça abrejar minha roça
E mande chuva tão grossa
Que fure minha calçada!!

Orestes Albuquerque
Cruz - CE

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