sexta-feira, 28 de março de 2014
Casa caiada
Em meio ao capim e o mato, eis que surge uma casa caiada.
Branquinha e pequenina, como flor de algodão em terra cultivada.
Logo olho e imagino a vida de quem ali faz morada.
As marcas no telhado representam a eterna parceria com o tempo.
A doçura é carregada em portas e janelas miúdas, acolhedoras de todo tipo de luz.
O chão bruto deixa marcas nos pés, o pó formata desenhos na pele e não deixa esquecer, dele viemos e para ele retornaremos.
Na paisagem serena, a vida vai se formando sem pressa.
A silhueta das plantas tem encanto natural, sempre em movimento, alegra diariamente o singelo quintal.
Cada parede erguida preenche de calmaria o traçado de suor, revelando o suave enlace entre a beleza e a simplicidade.
Os cômodos pequenos carregam apenas o melhor de si.
O vento, que uiva pelas frestas, une-se harmoniosamente ao canto dos pássaros que passeiam por lá.
O sol e a lua se revezam na companhia da felicidade.
Quem dera fosse de conhecimento total as desnecessidades de uma casa caiada, tangenciando, quietinha, aquela beira de estrada.
Míria Glenda
Aracati/CE
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