sábado, 29 de março de 2014

Pátria

Não tenho o pendão da esperança
E o peito, já não é tão juvenil
Não me deito em berço esplêndido
Nem sou filho da mãe gentil
E esse tal de augusto da paz
Nem me lembro quem é mais
Pois viver as margens plácidas
É para uns poucos magnatas
Que usurpam dos demais


Sou filho sim, de um povo heróico
De brado não mais retumbante
Pois, por mais alto que bradamos
Parecemos mais distantes
Do lábaro que ostentas estrelado
Lembram das glórias? Estão realmente no passado
E o que hoje conseguimos conquistar com braço forte
Mais da metade é pra pagar o passaporte
Para com sorte, permanecer no mesmo estado.

A verdura sem par das tuas matas
Sob as serras de aço padece
O teu céu de puríssimo azul
É o único que permanece
E o penhor da igualdade
Se empenhou na vaidade
De grupos que galgam liderança
Conquistando da massa, a confiança
Com promessas falsas de liberdade

Oh Pátria amada idolatrada! Deus te salve
Deus te guie pelo caminho da sorte
Pois teus filhos já não suportam viver
Desafiando o peito à própria morte
Cuida senhor, desse povo sofrido
Que de prova em prova está desprovido
Pois a imagem que hoje resplandece
É de um povo apavorado que padece
Sob um coma profundo, induzido.

Zequinha

Um comentário:

Unknown disse...

Fantástico, Zequinha!